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Jornal do advogado da OAB: Entrevista para a jornalista Carolina Carvalho

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Prof. Dr. Irany Novah Moraes

www.moraes.med.br

Foi professor de Medicina da Universidade de São Paulo; É Autor de Erro Médico e a Justiça, RT, 5ª edição 2003 e Tratado de Clínica Cirúrgica, 2 vol. 2300 pgs. Ed.Roca 2005.

Escolho minha leitura com o seguinte critério: 1. Livros novos – algumas resenhas do Estadão  me induzem a adquirir certos livros novos;  2. Livros clássicos – que ainda não havia lido ou que de longa data havia lido e hoje sinto a vontade de ler ou relê-los; 3. Livros de meu acervo – motivado por alguém que apresenta alguma  dúvida sanável em livros que disponho levam-me a uma releitura rápida até encontrar a resposta à questão em pauta.

A maior preocupação ao se ler um livro novo é saber que ao comprá-lo não se compra o tempo para lê-lo e segundo Schopenhauer,  uma condição para se ler o que é bom é não ler o que é ruim, pois a vida é curta, o tempo e a energia são limitados.

Para saber quais  os livros que eu estou lendo no momento é necessário um comentário. Com a idade vamos sentindo que o tempo passa cada dia mais rapidamente, em compensação o momento aumenta muito. Este indica uma quantidade de tempo. Esse tempo, embora os dicionaristas digam que é pequeníssimo, em tais circunstâncias ele muda de dimensão. Esse tempo, com o tempo (do leitor), vai ficando mais longo. Motivo pelo qual nesse momento acabo de ler e de reler vários livros. Não teria a pretensão de fazer como Bernard Shaw que passeando e lendo, no Heid Park, ao terminar cada folha arrancava-a e jogava no lixo.  Um transeunte indagou-lhe porque destruía o livro? A resposta foi: não vou ter mais tempo de reler!

Schopenhauer, Arthur (1788-1860) – A ARTE DE ESCREVER, Editora L&PM, RS, 2006, 176 p. R$ 12,00; Tradução de Pedro Süssekind.

R. Filósofo alemão, que apresenta profundas reflexões, ensina a pensar, escrever, ler avaliar as publicações alheias.

  1. A obra é excelente.
  2. Tudo que trata de redação sempre me interessou. Mantive um curso de Metodologia Científica na Pós Graduação na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo durante 14 anos ininterruptos e que teve grande aceitação pelos alunos da Medicina, da USP e de Unidades das Universidades particulares.
  3. O Autor influenciou Freud e Nietzche, o que basta como referência.
  4. Recomendo a todos, cuja profissão os obriga a escrever e para aqueles que desejam aprimorar sua maneira de redigir, de raciocinar para clarear as idéias!

Englund, Steven – NAPOLEÃO UMA BIOGRAFIA POLÍTICA, Jorge Zahar Editor, RJ, 2005, 630 p. R$79,90; Tradução de Maria Luiza X. de A. Borges.

R. O autor é americano e fez uma biografia tão bem feita que os franceses gostaram.

R. Ótimo livro que analisa a vida política de Napoleão que era ficcionado na leitura de Plutarco.

R. Napoleão é uma figura fascinante. Sua vida é, hoje, 200 anos depois ainda muito estudada pelos biógrafos.

R. Todo jovem deve lê-lo, é empolgante.

R. Sempre será relevante para se conhecer a história da França, da cultura, da cidadania e da liberdade.

R. Se os franceses gostaram é suficiente para nos entusiasmar.

R. Acho que todo jovem deve saber muito sobre Napoleão, pelo menos para que quando forem a Paris e visitarem a Tumba de Napoleão entendam o motivo pelo qual estão se curvando para vê-la.

Deutscher, Isaac – TROTSKI: O PROFETA ARMADO,1879-1921, Editora Civilização Brasileira, RJ, 2005, 592 p. R$ 65,90. Tradução Waltensir Dutra.

R. O personagem Bronstein era de família judia, abastada. Em 1902, desejou ir a Londres para estar com Lênin e teve, para sua segurança, que arranjar um passaporte falso e um pseudônimo. Ocorreu-lhe adotar o nome de seu carcereiro, na última prisão em Odessa – Trotski. O nome obscuro desse guarda ficou famoso nos anais da história desse protagonista.

R. Obra ótima.

R. Quem deseja aprimorar sua cultura deve lê-lo.

R. A Tradução é excelente.

R. Cultura sempre tem relevância, pois é o que se sabe depois de esquecer o que se aprendeu.

Max Weber – A ÉTICA PROTESTANTE E O ESPÍRITO DO CAPITALISMO – Livraria Pioneira Editora, SP. 1967, 233 p. Tradução M. Irene de Q.F. Szmrecsányi e Tamás J.M.K. Szmrecsányi

R. É um clássico. Quem não leu ainda, ou quem já o leu deve lê-lo ou relê-lo.

R.Trata-se de economista e sociólogo alemão de grande influência internacional e sempre atual.

R. Promotor de uma sociologia dita “compreensiva”, objetiva, sem julgamento de valores.

R. Os clássicos são sempre relevantes.

Alípio Corrêa Netto A DOENÇA DO ALEIJADINHO – Editora Mestre Jou, SP, 1965, 126 p. Prefácio de Paulo Duarte.

Recentemente um parente do autor procurou-me para saber sobre o livro referido pois desejava contestar alguém que apareceu na mídia para dizer que tinha descoberto a real doença do Aleijadinho.

O Prof. Alípio, em 1965 publicou o referido livro. Com base nas descrições feitas pelos seus historiadores que descreveram a doença mutilante do artista e sua grande atividade social. Na época todos conheciam bem a lepra e tinham por ela grande repulsa, nem mesmo aceitavam a entrada desses doentes nas igrejas. Esses dois fatos são suficientes para afastar a lepra como a doença de Antonio Francisco.

O horror do leproso é multimilenário. Através das épocas esses infelizes foram banidos do contacto com seus semelhantes sadios.

Baseado nesses fatos a doença do Aleijadinho deveria ser outra que não a lepra. Assim, Alípio, profundo conhecedor das doenças vasculares, encontrou na trombangeite obliterante a doença que explicava com exatidão a que Antonio Francisco tinha. Eu próprio tratei de um paciente com trombangeite obliterante, que aparece em seu livro à página 103 e que como fumante inveterado vinha periodicamente ao ambulatório do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, para amputar um segmento gangrenado de seus membros.

Recomendo a leitura desse livro àqueles que desejam conhecer um raciocínio científico para elaborar uma obra na área da medicina, particularmente no campo da cirurgia vascular e angiologia, que afinal serviu para corrigir um erro histórico.

Pitigrilli, Dino Segre – O COLAR DE AFRODITE – Coletânea de pensamentos compilados por G. Blasset, Editora Vecchi, RJ, 300 p;

Pitigrilli, Dino Segre – DICIONÁRIO ANTI-LOROTEIRO – Editora Vecchi, RJ. 215 p; Tradução Marina Guaspari.

Pitigrilli, Dino Segre – O FARMACÊUTICO A CAVALO – Editora Vecchi, RJ. 219 p. Tradução Marina Guaspari.

Esses três livros de Pitigrilli são clássicos do autor italiano que com sarcasmo trata de situações do cotidiano. É um complemento cultural que todos devem ler um dia!

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